sábado, 27 de fevereiro de 2010

Terremoto atinge cerca de 80% do Chile









Tremor de 8,8 graus na escala Richter afetou ao menos 2 milhões de pessoas


A presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse que 80% do Chile foi atingido pelo terremoto deste sábado (27) que matou ao menos 217 pessoas. O tremor de 8,8 graus na escala Richter afetou ao menos 2 milhões de pessoas e destruiu 1 milhão de casas.

No momento do terremoto, que durou cerca de um minuto, os chilenos saíram aterrorizados para as ruas. Devido aos vários tremores secundários que se seguiram, mais de 55 réplicas em menos de 24 horas, as pessoas preferiram permanecer na rua, temendo abalos mais graves às construções.

- As forças da natureza bateram duramente em nossa pátria e mais uma vez põem a toda prova nossa capacidade para enfrentar as adversidades e nos colocarmos de pé.

Em um discurso na TV, Bachelet classificou o sismo de "tragédia" e diz que sobrevoou a região da cidade de Concepción, uma das zonas mais afetadas. Ela pediu calma à população e manifestou suas condolências às famílias das vítimas.

- Todas as autoridades do governo deverão juntar forças para devolver o país à normalidade. Teremos uma tarefa árdua, que não será fácil, mas requer tempo e muitos recursos, sobretudo a generosidade de todos nós.

O ministro do Interior, Edmundo Pérez Yoma, que informou que 214 pessoas morreram, disse que será muito difícil chegar a números exatos".

A diretora do Bureau Nacional de Emergências (Onemi), Carmen Fernández, informou que a zona da cidade de Concepción foi a mais atingida, e na região há cerca de 400 mil "afetados" pelo tremor, que pegou a população às 03h34 local (03h34 Brasília).


O tremor teve seu epicentro a 90 km de Concepción, cidade de 500 mil habitantes, a 500 km a sul de Santiago. A ponte da cidade, construída sobre o rio Bio Bio, ficou destruída.

O terremoto também foi sentido em São Paulo. O Corpo de Bombeiros recebeu cerca de cem chamados nesta madrugada, a maioria de pessoas que sentiram o tremor e ficaram com medo, segundo os bombeiros. Em apenas um deles foi necessário uma vistoria, mas ninguém ficou ferido.

Em São José dos Campos (97 km de São Paulo), moradores de apartamentos localizados entre o 17º e o 22º andares do condomínio Nacional, na região central da cidade, também sentiram os reflexos do terremoto ocorrido no Chile.

Na Argentina, duas pessoas morreram após serem atingidas por estilhaços provocados pelos abalos de 6,1 graus na escala Richter. O governo dos Estados Unidos se colocou à disposição para ajudar nos trabalhos de reconstrução do país e a secretário de Estado americana, Hillary Clinton, prometeu acompanhar de perto a situação.

Histórico

O terremoto de hoje foi o segundo mais potente dos últimos 20 anos, atrás apenas do tremor de 9,1 graus na escala Richter registrado em dezembro de 2004 na costa da Indonésia, que desencadeou um tsunami que matou 220 mil pessoas.

Em 1960, o Chile foi alvo do terremoto mais forte já registrado no mundo, de 9,5 graus Richter, que deixou 3.000 mortos. O país se encontra no ponto de convergência de duas grandes placas tectônicas.

A maioria das construções da capital não sofreu danos externos, embora muitas tenham sido afetadas no interior, principalmente com vidros quebrados e objetos derrubados.

O Chile está acostumado com os terremotos, e conta com uma legislação rigorosa para a construção de imóveis, que devem ser equipados com dispositivos de segurança para aguentar a força dos tremores.

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